sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Tem gente que nem sabe que eu existo. Muitas vezes sou negligenciado e subestimado diante de outras bolas muito maiores, como peitos ou bundas. É isso mesmo. E você passa tempo demais se preocupando com o seu exercício egoísta de entrar e sair. Acha que já fez diversas mulheres gozar com seu mode britadeira e nem imagina que o responsável por fazê-la gemer e estremecer como se tivesse levado um choque fui eu.
Sou ovelha negra pra muita gente. Dizem por aí que eu não faço nada de útil porque minha única e exclusiva função é o prazer. Não serei hipócrita - é pra isso mesmo que eu existo. Os cientistas até se recusam a me estudar mas no fundo acho que não passam de um bando de recalcados com medo do meu poder. Talvez até temam pelos seus falos aos constatarem que no quesito prazer, nem sempre eles se fazem necessários. Dispensáveis, alguns inclusive diriam.
Você aí que acha que a sensação de uma lambida da sua cabeça de baixo só pode ser coisa de outro mundo, provavelmente sairia do corpo se soubesse do que eu sou capaz. Porque sou feito de mais de 8mil fibras sensoriais, muito mais do que qualquer parte do corpo e, pasme, quase o dobro da quantidade encontrada na cabeça do seu pau. Os ingênuos acham que eu sou somente uma bolinha escondida por trás de um capuz. Bobinhos. O que você vê é somente a ponta do iceberg - eu existo pra dentro.
Por isso, aquela história de orgasmo vaginal tem sido bem mal contada. Na maioria das vezes, elas não gozam com a sua fricção eterna que, como bem definiu Regina Navarro, provoca uma cistite mas não provoca um orgasmo. O que as deixa fora do corpo é quando sou estimulado - primeiro por fora e, depois com a ajuda do meninão aí, por dentro. Há inclusive vários estudiosos que defendem que sem a minha presença, não há orgasmo.
E você aí me menosprezando sem saber que me ignorar é receita certa pro fracasso.

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